sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Despedida


Gente, as aulas na faculdade vão começar...
Como eu vou ficar bem ocupada nos próximos dias, vou ter que dar um tempo nas crônicas.
Digam "aaaaaaa", por favor!

OBRIGADA a todos que me aturaram até aqui, e que me deram o prazer de ter leitores.

É isso, estou me despedindo temporariamente, mas espero voltar em breve. Enquanto isso, deixo o blog nas mãos e na cabeça brilhante de Morais.

Agora é só torcer pra que o futuro me traga experiências e reflexões capazes de render boas crônicas...

Bjos
Té a próxima crônica

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O que eu aprendi...


Essa crônica foi escrita ano passado e dela eu tirei algumas lições muito importantes...



Há alguns dias me deparei com uma cena, no mínimo, humilhante. Uma administradora e educadora, no ápice de sua arrogância e prepotência, gritava histericamente com uma funcionária. Confesso que fiquei chocado, pois jamais esperava esse tipo de atitude de alguém que se julga 'educadora' ou 'formadora de opinião'; seja lá o que a funcionária tenha feito, creio veementemente que não justifica o comportamento rude dispensado por sua chefe.

Ao chegar em casa, comecei a refletir: por quê algumas pessoas portadoras de conhecimento prévio não o aplica de forma positiva e contundente, enquanto outras que nem sequer frequentaram uma sala de aula, o fazem de forma sábia? Até agora, eu ainda não encontrei uma resposta concreta. Entretanto, na ânsia de saciar a minha curiosidade, não pude deixar de fazer uma comparação entre a minha vó - semi-analfabeta e portadora de grande sabedoria - e a chefe - graduada e pobre de espírito.

Não quero cometer o pecado da generalização, mas percebi que em certos momentos devemos aprender muito mais com os sábios do que com os especialistas,; os sábios nos ensinam a compreender e respeitar; os especialistas só nos ensinam teorias que muitas vezes são inaplicáveis.

Nós convivemos diariamente com egos diferentes e, consequentemente, entramos em conflito. Contudo, já disse Che Guevara que 'hay que endurecer, pero sin perder la ternura'. Para ser amável e compreensível, não se faz necessário ler livros de psicologia e/ou pedagogia. Para escrever uma crônica não é necessário ser um linguista. Basta escutar a voz da consciência e ter senso crítico para abstrair as lições dos fatos. Pelo menos, foi isso que aprendi com minha vó...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Thalita Rebouças

Olá leitores! Estava sumido, eu sei. Mas Samila, com a brilhante capacidade que ela tem, fez com que minha ausência nem fosse notada. A brilhante crônica abaixo nos prova isso! =]


Mas agora voltei viu?

Então, esses dias eu estava atrás de novidades na internet e achei o site dessa jovem escritora chamada Thalita Rebouças. Ela escreveu vários livros, com uma linguagem voltada para o público adolescente e tem uma coluna na revista 'Atrevida'. Não resisti e li várias crônicas dela! São bem legais e descontraídas.

Para mais informações sobre o trabalho desta jovem, bonita e inteligente mulher: www.thalita.com


Aqui vai uma crônica dela, intitulada 'Meu amor, meu Chico'

Outro dia fui a um evento num shopping lotado (e olha que eu odeio shoppings
lotados), só pra ver o Chico, que era convidado de um debate sobre o
maestro Tom Jobim. Já reparou que todo mundo que gosta do Chico chama ele assim? Chico, simplesmente Chico. Como mediadora, Scarlet Moon estava chata, metida e pouco preparada (por exemplo, perdeu preciosos minutos querendo saber sobre a depressão do Tom, deixando os entrevistados constrangidos. E tanta coisa para perguntar... curiosidades, gafes, episódios emocionantes, engraçados, como compuseram algumas obras-primas, e por aí vai).

Bom, no fim do evento, que contava ainda com Edu Lobo, Francis Hime e Paulinho Jobim, o gênio se jogou no meio da galera, tirou foto, distribuiu beijos e sorrisos e ganhou ainda mais espaço no meu coração, desde sempre derretido pelos olhos de esmeralda mais lindos do mundo.

Scarlet, por sua vez, ouviu os berros de uma fã nada inibida: "Dona Iscarlééétiiii! Ô, dona Iscarléti, olha eu aqui! Cutuca o Chico, pede aê pra ele me dar um autógrafo." Pouco depois, sem autógrafo nenhum nas mãos, a fã não se fez de rogada e voltou a chamar a atenção de todos em alto e bom tom. "Dona Iscarlétiiii, pô, dona Iscarletiiii! Sacanagem!!! A senhora vacilou comigo, hein? Poxa, num custava nada... Fala sééééério, dona Iscarléti, era só um favorzinho, pô... Agora ele foi embora. Como é que eu faço pra ver o Chico de novo, dona Iscarléti? Pode me dizer? O homi quase não dá show!" Hilário.

Um dia, quando eu tinha uns 15, 16 anos, me deu a louca e, sem nunca ter prestado lá muita atenção nas músicas do Chico — a não ser quando meu pai começava a cantarolar desafinado para acompanhar o que saía do toca-fitas de seu carro —, parti rumo às Lojas Americanas sedenta de Hollanda. Era um desejo incontrolável de ouvir Passaredo, uma das músicas do Sítio do Pica-Pau Amarelo (do meu tempo). O desejo incluía ainda João e Maria, uma pérola que aprendi a gostar quando ainda era um toco de gente.

Estava disposta a entender o que as pessoas tanto viam naquele coroa bonitão, que faz sucesso desde pirralho. Acabei comprando três CDs! Três!!! Caí de quatro. Apaixonadérrima. Que homem é esse, mermão!?, pensei depois de ouvir um disco inteiro. Vi o meu queixo cair mais a cada música, a cada descoberta. Babei com Construção, me deliciei com Minha História, devorei O Meu Amor e chorei com Valsinha.

Um amigo meu, também viciadérrimo em Chico, diz que quem não gosta das músicas dele é burro. E tá muito certo, porque acho que fui uma anta durante todo o tempo em que não ouvi Chico direito.

Lá na exposição, me chamou a atenção um grupo de adolescentes, loucas por um autógrafo dele. Saí de lá feliz da vida. Toda boba, por ver a cena que aconteceu comigo há dez anos se repetir: meninas de 15, 16 anos descobrindo como é maravilhoso amar, decifrar, devorar Chico Buarque.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Caolhos e banguelas


Eu raramente me dedico a discorrer acerca de assuntos que envolvam a política local ou qualquer tema que envolva de forma particular a cidade de Pau dos Ferros. Primeiro porque minha intenção maior é que estas crônicas tratem de assuntos universais, ainda que desenvolvidas a partir de situações cotidianas e do meu simples ponto de vista. Depois porque, do jeito que vai esta cidade, há o risco de que alguém me interprete mal e queira vir se vingar. Entretanto, os fatos ocorridos nos últimos dias despertaram em mim uma vontade incontrolável de escrever sobre tais fatos.

Além do mais, caso alguém se sinta atingido e queira se vingar, creio eu que o leque de vinganças inclua alternativas bem restritas, tais como me dar uma pisa quando eu sair na rua ou deletarem meu orkut (é pouco provável que me roubem algum bem material, uma vez que eu só ando lisa). Assim sendo, tendo em vista que eu mal saio de casa ultimamente (o que dificulta a efetuação da “pisa”) e que a faculdade me deixará sem tempo para orkut e similares, eu resolvi correr o risco e escrever as linhas a seguir.


Dada a minha explicação, vamos à crônica.



Todo dia minha irmã chega da escola contando que derrubaram alguma parte da cidade, seja o N “de Nilton”, sejam os canteiros “de Leonardo”. Basta alguém achar que partidários de um lado agrediram um patrimônio do lado oposto que já se vinga e trata de quebrar algo também.

Isso me lembra meu professor de história (grande Romualdo!) e sua árdua tarefa de explicar-nos a Guerra do Peloponeso. Na dita guerra, as cidades gregas brigaram tanto entre si (sobretudo por interesses econômicos) que acabaram destruindo a Grécia e esquecendo do mais importante: proteger sua própria terra. O território grego ficou tão frágil e tão à mercê de invasões que os macedônicos, sem muito esforço, apossaram-se dele.

Pau dos Ferros vai quase no mesmo caminho da Grécia Antiga. Nossos cidadãos tão “cultos e conscientes” desempenham brilhantemente a tarefa de destruir a cidade. Praça por praça. Prédio por prédio. Canteiro por canteiro.

Eu me pergunto o que pensariam sobre isso os pauferrenses verdadeiramente cultos e conscientes. Os que passaram a vida estudando e trabalhando para fazerem de suas vidas e da nossa cidade cada vez melhores. Muitos deles não moram mais aqui. Alçaram vôos maiores. E o fizeram porque em sua época não havia aqui universidades ou oportunidades de trabalho melhores.

Mas hoje, meus caros, as oportunidades batem à nossa porta, estão prestes a entrar em nossa cidade. Lembro-me que, no ano passado, quando a cidade ainda lutava pelo Campus da UFERSA, havia quem se recusasse a apoiar a vinda da universidade, alegando que a defesa do Campus beneficiaria político X ou Y, o qual fazia oposição ao seu partido. Os argumentos mesquinhos de sempre. Certamente Jesus diria: perdoai-os, Senhor, eles não sabem o que fazem.

E é nessas horas que eu tenho vontade de gritar aos céus: quanta ignorância, meu pai! Será que esse povo não percebe que a chegada de uma universidade irá beneficiar seus filhos, netos, nossa educação, nossa economia? Não, não percebem. Essas pessoas ainda vivem no tempo dos coronéis, da política de troca de favores, do voto de cabresto.

É cômico e ao mesmo tempo paradoxal ver que, à medida que nossa cidade cresce, o bom senso de alguns pauferrenses só diminui.

É triste, mas é verdade. Eu espero sinceramente que um dia essas criaturas ponham a mão na consciência e percebam que seus atos de vandalismo não estão atingindo nem Nilton Figueiredo nem Leonardo Rêgo, e sim, a própria sociedade. É como se cortássemos nossos pulsos e depois acreditássemos estar ferindo outra pessoa. Eu chamaria de “suicídio inconsciente”. Pensando bem... “jegues” soaria melhor. Sem ofensa aos animais, claro.

Caso a situação não se inverta, o velho Código de Hamurábi vai tomar conta dessa cidade, e aí, será “olho por olho e dente por dente”, até que todos fiquem CAOLHOS E BANGUELAS.

Copyrights © Todos od direitos reservados.